A maternidade representa um marco significativo na vida de muitas mulheres, mas também impõe desafios profundos, especialmente para aquelas que precisam conciliar trabalho e cuidados com os filhos. No Brasil, a realidade de mães que enfrentam a falta de apoio institucional, como creches públicas insuficientes, e a sobrecarga de responsabilidades domésticas, reflete-se em dados alarmantes sobre desigualdade salarial, interrupção de carreiras e discriminação no ambiente de trabalho.
Impacto da Maternidade na Carreira Profissional
Estudos indicam que a maternidade pode afetar negativamente a trajetória profissional das mulheres. Dados da CUT revelam que 54% das trabalhadoras que se tornaram mães não receberam promoções, enquanto 42% relataram perder oportunidades de carreira, em comparação com 27% dos pais. Além disso, 86% das mulheres percebem que a maternidade é vista de forma negativa no mercado de trabalho, com 41% temendo comunicar a gravidez aos superiores .
Desigualdade Salarial e Sobrecarga de Trabalho
A desigualdade salarial é uma realidade persistente. Mães solo, em particular, enfrentam desafios financeiros significativos. Dados da FGV mostram que a renda das mães solo é 39% menor do que a dos pais casados. Além disso, essas mulheres dedicam, em média, 186 horas a mais por ano do que os homens às tarefas domésticas e cuidados familiares, o que impacta diretamente sua disponibilidade e desempenho no trabalho .
Dificuldades de Inserção no Mercado de Trabalho
A falta de apoio institucional, como creches públicas suficientes, agrava a situação. Em 2022, mais de 2 milhões de crianças de até 3 anos ficaram sem acesso a creches, o que dificulta a entrada e permanência das mulheres no mercado de trabalho. Além disso, 29,4% das mães solo estavam fora da força de trabalho no Brasil, com esse percentual aumentando para 32,4% entre aquelas com filhos menores de 5 anos
A realidade das mães que precisam trabalhar é marcada por desafios multifacetados, incluindo desigualdade salarial, falta de apoio institucional e sobrecarga de responsabilidades. Para promover a equidade no mercado de trabalho, é essencial implementar políticas públicas que garantam acesso a creches, promovam a igualdade salarial e apoiem a conciliação entre trabalho e maternidade. Somente assim será possível construir um ambiente mais justo e inclusivo para todas as mulheres.
Fontes Consultadas
CUT - Central Única dos Trabalhadores
FGV - Fundação Getulio Vargas
Diversitera
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CartaCapital
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