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Motiva Vence Leilão e Segue no Controle da BR-163 por Mais 29 Anos; Deputado Reage com Indignação

Mesmo após descumprir contrato anterior, antiga CCR MSVia conquista nova concessão da BR-163 e deverá investir R$ 17 bilhões até 2054

22/05/2025 às 16h59
Por: Vanessa Ferreira
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Foto: Rachid Waqued
Foto: Rachid Waqued

A empresa Motiva, novo nome da CCR MSVia, venceu nesta quinta-feira (22) o leilão simplificado da concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul, realizado na B3 – Bolsa de Valores, em São Paulo. Com isso, a companhia segue no comando da principal rodovia do estado por mais 29 anos, até 2054, administrando um trecho de 845,9 quilômetros entre Mundo Novo e Sonora.

O novo contrato prevê um investimento total de R$ 17 bilhões, incluindo 210 quilômetros de duplicações, 170 quilômetros de faixas adicionais e diversas outras obras de infraestrutura. A tarifa inicial máxima de pedágio será de R$ 7,52 a cada 100 quilômetros. Nos três primeiros anos de contrato, a Motiva terá que executar R$ 2,06 bilhões em obras prioritárias.

A repactuação gerou reação imediata na Assembleia Legislativa. Na véspera do leilão, o deputado estadual Junior Mochi (MDB) usou a tribuna para criticar a ausência de concorrência e manifestar indignação com o fato de a Motiva ser a única participante da licitação. A empresa foi a responsável pela concessão anterior, iniciada em 2014, e solicitou devolução em 2019 após cumprir apenas 18% do contrato original de duplicação da rodovia.

“É inadmissível que a mesma empresa que não cumpriu suas obrigações mínimas continue à frente da BR-163. Isso é um desrespeito com o povo sul-mato-grossense e com o princípio do interesse público”, afirmou Mochi em discurso no plenário.

O parlamentar também lembrou que a rodovia acumula uma média de 18 acidentes por quilômetro nos últimos anos, reforçando os impactos da má gestão. “Estamos falando de uma estrada essencial para o escoamento da produção, mas marcada pela insegurança e pela falta de infraestrutura adequada”, pontuou.

Mochi protocolou pedido no Ministério Público Federal (MPF) solicitando a investigação das irregularidades na concessão anterior, com realização de perícia técnica e contábil. Ele representou a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul no leilão e afirmou que os deputados acompanharão de perto a execução do novo contrato.

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